27.4.08

O dedo de Joel fez a diferença!

Com mexidas corretas e mortais o Flamengo vence a primeira em cima do Botafogo

Por Marcus Lacerda

O último texto publicado aqui no FURANDO A REDE de Leo Barros tinha o seguinte título e subtítulo “E agora professor? Na hora do ‘vamos ver’ surgem dúvidas na cabeça dos treinadores. Pois bem, as mudanças táticas promovidas pelo treinador do Flamengo Joel Santana provaram que algo foi trabalhando, e muito bem, durante toda a semana no time da Gávea. Por outro lado demonstrou a falta de elenco na equipe do Botafogo, treinado por Cuca.

O jogo no primeiro tempo foi chato e sonolento. A única coisa a ser ressaltada foi o cartão amarelo, merecido para o Túlio Souza, que aos dois minutos fez uma falta dura em Toró. E logo depois, o volante-lateral fez outra falta, agora em Juan. Com isso Cuca mexeu no time logo no início do jogo, com medo de expulsão colocando Eduardo. E o fraco primeiro tempo ficou nisso.

No intervalo, Joel começou a “ganhar o jogo” tirou Kleberson e colocou Diego Tardelli colocando o time mais ofensivo. Por outro lado, o time do Botafogo demonstrou nervosismo e excesso de confiança dos homens de meio campo, principalmente Zé Carlos que não jogou nada e não supriu a falta de Triguinho na lateral-esquerda, pelo contrário, jogou como se tivesse alguém naquela posição – Zé sempre corria pelo meio e esperava alguém abrir na ponta, nesse jogo teria que ser o próprio a investir por aquele lado. Na única vez que essa jogada deu certo, foi quando Eduardo entrou pela ponta esquerda e colocou a bola na trave. Esse foi o lance que mudou a história do jogo. Joel, tira Ibson e coloca Obina; Cuca tira Zé Carlos e coloca Edson. Com às mexidas o Botafogo foi a frente, mas não conseguiu segurar a retaguarda resultado: aos 35 Obina fez o dá vitória e o da vantagem. Joel mostrou o porque vai dirigir uma seleção na Copa do Mundo e Cuca mostrou o porque “é chato com a diretoria”.

O fato positivo do jogo foi à aula da arbitragem de Gutenberg de Paula Fonseca coibindo qualquer tipo de manifestação dos jogadores dentro de campo, e tornando um jogo difícil, fácil. O negativo foram os “bonecos de posto” colocados atrás do gol, que só tiram dinheiro dos clubes, porque tem que pagar a taxa de arbitragem e não fazem nada porque as leis do futebol não permitem.


Uma das etapas da finalíssima está respondida, Joel rachou a Cuca e venceu, e agora?! Como vai ser os próximos, e últimos, 90 minutos?! O Flamengo, favorito do primeiro jogo, viaja para o México para enfrentar o América pelas oitavas da Libertadores, quarta-feira. Enquanto o Botafogo, que jogou desfalcado, descansa e tem a volta dos jogadores punidos e podendo contar com Castillo e Triguinho, machucados. É esperar para ver. As apostas já estão no ar, e podem ser feitas... QUEM DÁ MAIS?! Boa Sorte! Fotos André Duran, Ivo Gonzales / O Globo e Globoesporte.com


25.4.08

E agora professor?

Na hora do "vamos ver" surgem dúvidas na cabeça dos treinadores

Por Leo Barros

A vitória do Botafogo sobre o Fluminense no último domingo, que levou o time para a final do Campeonato Estadual contra o Flamengo, só veio confirmar, pelo segundo ano seguido, que as duas melhores equipes se classificaram para uma final justa. Como aconteceu no ano passado, os rubro-negros venceram a Taça Guanabara e os alvinegros a Taça Rio. Apesar das reclamações contra a arbitragem, em 2007 os times disputaram o estadual em dois bons jogos, ambos terminados em 2 a 2. O Flamengo acabou vencendo devido à disputa de pênaltis.

São vários os segredos dessas duas equipes, mas o principal destaque foi à manutenção dos seus treinadores; figuras mais importantes dessa boa campanha. Cuca teve uma série de problemas no final do ano passado, até mesmo pedindo demissão e duas semanas depois retomando ao comando da equipe, tendo como meta reestruturar o time para a atual temporada, feito que até o momento tem conseguido muito bem. Já do lado rubro-negro Joel Santana conseguiu manter a base do time que brilhou no segundo turno do Brasileirão do ano passado e teve poucos, mas bons reforços que se encaixaram perfeitamente na forma de jogar da equipe.

Entretanto, os treinadores terão que quebrar a cabeça para montar suas equipes para as partidas decisivas. O time do Botafogo terá, provavelmente quatro desfalques para a primeira batalha, são eles: o atacante Jorge Henrique e o lateral direito Alessandro, que estão suspensos; o goleiro Castillo e o lateral esquerdo Triguinho, lesionados, ambus com estiramento na coxa. O difícil jogo contra o Fluminense deixou marcas, e Cuca terá trabalho para arrumar tantos substitutos para o time titular. No jogo de quarta-feira contra a Portuguesa-SP, pela Copa do Brasil o time sentiu falta dos jogadores machucados, principalmente do seu goleiro uruguaio, mas apoiado pela sua torcida conseguiu a classificação para as quartas-de-final da competição.

Já o Flamengo foi surpreendido na tranqüila tarde de segunda-feira, feriado de Tiradentes, na Granja Comary, em Teresópolis, com a notícia de que seu técnico, Joel Santana, irá largar o time para treinar a seleção da África do Sul, anfitriã da próxima Copa do Mundo de 2010, logo após as finais do Estadual. Mas segundo os dirigentes e o próprio Joel, isso não irá refletir nas próximas atuações do time. Outro motivo de preocupação do rubro-negro será com as oitavas-de-final da Libertadores, como não demonstrar, em campo, o cansaço de uma viagem longa até a Cidade do México, para enfrentar o América. Joel deverá mostrar todo o seu conhecimento sobre o elenco, para trabalhar o emocional dos jogadores, para que isso não atrapalha o rendimento na segunda “batalha” decisiva.

No lado do Botafogo: Cuca conseguirá repor as peças com total eficiência? Os substitutos irão corresponder dentro de campo? E no lado do Flamengo? A notícia da saída de Joel não irá mesmo abalar o time nos jogos decisivos? A viagem longa irá ser um adversário a ser vencido? As respostas só serão conhecidas no dia 4 de maio. Só nesse dia teremos as resposta exatas e conheceremos o Campeão Carioca de 2008.

Montagem Marcus Lacerda
Fotos divulgação da internet

21.4.08

Bicampeão!

Na raça, no garra e no coração o Fogão vence a Taça Rio

Por Diego Fortes

Como todos os clássicos “Vovô”, em um jogo de raça e pura emoção até o fim, entre Botafogo e Fluminense, esse domingo entra para a história dos dois clubes, especialmente o alvinegro que se sagrou bicampeão da Taça Rio (segundo turno do campeonato Carioca). A característica do jogo era de duas equipes diferentes, mas que se equivaliam em medidas iguais, mais uma vez se destacaram os talentos individuais do Flu e a coletividade do Bota, com isso, mais a festa da torcida e uma arbitragem atabalhoada que já está virando costume nos campeonatos brasileiros, o clássico VOVÔ teve todos os ingredientes para se fazer um grande jogo.

Devo ressaltar que a arbitragem cometeu certos erros gritantes, que por sorte não influenciaram no resultado da partida, como a colocação de dois árbitros atrás dos gols para eventuais polêmicas o que segundo as regras é ilegal. Mas falaremos do jogo que logo no início teve um pênalti a favor do Bota que o juiz não marcou, além dos impedimentos que ocorriam e o juiz esquecia que tinha bandeirinha em campo e só percebia a bandeira levantada quando as jogadas já estavam bem adiantadas, além do pênalti, que na minha opinião foi inexistente na trombada de Washington dentro da área do Botafogo, polêmica logo esquecida pois para minha sorte e de todos os botafoguenses no Maraca ele perdeu; cito neste jogo as entradas fortes de Thiago Neves que no primeiro tempo nem um cartão levou; e na expulsão injusta de Alessandro que não fez uma falta pesada, literalmente falando, esse Juiz escorregou na casca e sentou na banana durante o jogo depois de aceitar berros, “esporos” e reclamações, isso sem falar nos xingamentos de baixo escalão.

Contudo, o jogo parecia ter destino certo para os pênaltis quando Renato Silva (O Renegado Tricolor) empurrou de carrinho aos 41 minutos do segundo tempo a bola pro fundo das redes mudando a história do jogo no finzinho. Renato Gaúcho provou nesse jogo que é LERDO para mexer no time colocando o jovem Tartá para fazer algum tipo de pressão no Bota a essa altura, com 2 a menos, depois da expulsão de Jorge Henry aos 48 minutos. E assim o jogo tomou um ar dramático para as duas equipes até os 50 minutos quando o ATRAPALHADO juiz terminou o jogo e o FOGÃOOOOO se sagrou BICAMPEÃO da TAÇA RIO e classificado para encarar o Flamengo no domingo que vem.Fotos: André Luiz Mello e Marcio Mercante - Agência O Dia- Agência O Dia / Marcelo Theobald - Extra / Ivo Gonzalez - O Globo


15.4.08

Foi dada a largada!

Taça Rio com estilo europeu
Por Marcus Lacerda

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro fez o lançamento oficial da Taça Rio. Objeto de desejo de Alvinegros e Tricolores, o troféu desenvolvido pelo escultor Kiko Azevedo é inspirado na Taça da Copa da UEFA.

“Toda a premiação da FERJ é diferenciada de todas as taças presentes no mercado. Tive como inspiração o troféu da Copa da UEFA, mas com identidade própria” - definiu Kiko ao site oficial da FERJ.

A taça é pequena, 42 cm, pesa 7 kg e é banhada a prata, mas tem um significado e uma importância sem igual. As cartas estão na mesa e a premiação pronta, resta saber o destino: GENARAL SEVERIANO? LARANJEIRAS? Apostem! Boa Sorte!

Foto: Buda Mendes/Agência FERJ

13.4.08

Sem brigas nem chororô

Botafogo passa fácil pelo Flamengo e agora defende o Bi da Taça Rio contra o Fluminense

Por Diego Fortes

Em um domingo de outono que mais parecia pleno verão, Flamengo e Botafogo se enfrentaram no maracanã pelas semi-finais da Taça Rio, em um jogo de muita tensão por parte das duas equipes, o que surpreendeu, foi a conversa do árbitro da partida ao chamar os 22 jogadores em campo para uma conversa, o que já mais foi visto em um clássico dessa grandeza, chamou atenção também, os cumprimentos e abraços de confraternização dos jogadores de ambas as equipes, dando a entender que não haveriam atos hostis durante o jogo.

Bem, dado o recado de PAZ nos gramados para a torcida, que fazia a festa no Maracanã, o jogo começa um tanto quanto embolado, mas o Botafogo ao obter a posse da bola logo impõe a sua troca de passes e começa a envolver o Flamengo em um amplo domínio do jogo, sem a bola o Botafogo faz uma marcação ainda no campo de defesa do Flamengo o deixado sem saídas para o ataque, Souza marcado por Renato Silva, não fez muito no primeiro tempo.

Logo o resultado do domínio botafoguense aparece com um escanteio batido por Lúcio Flávio, que contou com um desvio sutil de Zé Carlos para sobrar pro artilheiro do campeonato carioca com 14 gols escorar de cabeça na pequena área abrindo o placar para o Bota, após isso o a equipe alvinegra permaneceu com o domínio amplo do jogo apesar de algumas subidas perigosas do time do Flamengo.

O segundo tempo começa com alterações no rubro-negro, Joel tirou Souza e coloca Marcinho, sem sucesso com a alteração Joel vê o domínio alvinegro permaneceu com jogadas perigosas ao gol de Bruno. Demonstrando muitas falhas de marcação, a zaga rubro-negra assistiu ao segundo gol do Bota. Depois de um cruzamento de Zé Carlos na linha de fundo, Alessandro colocou para o fundo das redes, 2 a 0. Fazendo assim, aumentar as expectativas do torcedor na arquibancada que ainda viu um pênalti de Toró em Jorge Henrique na casa dos 30 minutos. Lúcio Flávio foi para cobrança e aumenta o placar concretizando o sonho alvinegro de chegar as finais contra o Fluminense no próximo domingo as 16h no “Maior do Mundo”.

Fotos: Marcos Alves / O Globo, André Durão / Globo Esporte.com e Fotocom


Cadê a força do interior?

Queda de rendimento dos times pequenos enfraquece o futebol carioca

Por Leo Barros

Há oito anos não tínhamos o total controle dos quatro grandes clubes da Capital no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. Sem concorrentes a altura, Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco se classificaram para as finais dos dois turnos sem maiores problemas.

Com esse quadro podemos fazer a seguinte pergunta: "Cadê a força dos times pequenos e do interior?". Equipes como Americano, América, Madureira, Volta Redonda, que davam maior emoção ao campeonato, foram apenas coadjuvantes, meros participantes do Estadual. Como aquele ator, que fez um certo sucesso num filme e na próxima produção apenas completa o elenco.

Dos confrontos entre “Grandes” e “Pequenos”, podemos contar nos dedos, os pontos que os grandiosos perderam. O Madureira conseguiu os maiores feitos: ganhou de Botafogo e Vasco, empatou com o Flamengo, mas na última rodada da Taça Rio, levou uma sonora goleada de 4 a 0 para o Fluminense. Os outros feitos foram do Boavista em cima do Botafogo e do Volta Redonda diante do Vasco. Ocorreram alguns outros empates, mas nada de relevante, que pudesse atrapalhar os “grandes”.

Podemos enumerar os motivos da queda desses clubes, considerados de "segundo escalão". Falta de patrocinadores fortes, coisa que sempre foi um empecilho, inchaço no número de clubes na 1ª divisão, e o principal deles: jogos contra os “grandes” sempre na capital carioca.

Quando os dirigentes se sentaram para discutir as regras do campeonato deste ano, ficou acertado que cada time pequeno, que jogassem no Maracanã, São Januário ou Engenhão, ganharia R$ 45 mil por jogo. A princípio, a idéia foi tentadora: um dinheiro certo para os cofres dos times que suam a camisa para conseguir verba e montar equipes competitivas. Mas, com a grana, veram os estádios vazios de públicos e rendas lastimáveis.

Entre os principais "micos", que tivemos ao longo do Estadual, podemos citar o jogo entre Americano e Mesquita, no estádio Godofredo Cruz, em Campos dos Goytacazes, no dia 10 de fevereiro, em que apenas 147 testemunhas presenciaram o "brigado" empate em 0 a 0. A desculpa pode ser que apenas 200 ingressos foram colocados à venda, mas será que se 5 mil fossem disponibilizados, o público seria maior? Na minha opinião, não!

Quem perde com essas decisões extra-campo são sempre os torcedores. Homens, mulheres, crianças, todos apaixonados por futebol e pelos seus times de coração, que moram no interior e esperavam a única oportunidade de ver bem perto seus clubes atuarem. Mas esse prazer foi retirado com a decisão assinada por cartolas, que não entram em campo.

Falando nos cartolas dos times “pequenos”, eles chegaram a reclamar, no final do campeonato, sobre o regulamento. No entanto, vale lembrar que eles próprios concordaram e assinaram em baixo.

Não podemos negar que tivemos um bom Campeonato Estadual. Os times “grandes” fizeram boas contratações, trouxeram bons jogadores, além de manter muitos também. Mas faltou disputa, emoção e público.

Bom, então, até a terceira divisão do Campeonato Brasileiro para: Madureira, Boavista, Cabofriense e Macaé. Para os outros times, alguns ainda disputam a Copa Rio este ano, mas até o ano que vem! Que 2009 seja mais alegre aos torcedores do interior. Já, para os queridos América e Cardoso Moreira, até junho de 2009!

Fotos: FERJ

"Estava escrito há mais de 2.000 anos..."

Fluminense passa pelo Vasco e aguarda Bota ou Fla pra decidir a Taça Rio
Por Thiago Zorro

"Estava escrito há mais de 2.000 anos que o Vasco perderia esse jogo para o Fluminense e que será o campeão carioca 2008". Palavras proferidas no domingo de Páscoa.

Na Semana Santa. Quanta blasfêmia. Estava escrito há mais de
2000 anos que o Vasco enfrentaria o Tricolor das Laranjeiras, em um sábado, dia 12 de abril de 2008, na semifinal da Taça Rio, no Maracanã, em um estádio com quase 50 mil pessoas e que contando com duas sensacionais defesas do goleiro Tiago, não estaria perdendo essa jogo por 2 x 0 em menos de 10 minutos. Mas vejam vocês da "Festa do sabiam", caros amigos, isso faz tempo, acho que mais ou menos há 2 milênios, que o Vasco sairia na frente, com um gol de Jean e com isso a torcida deve ter pensado: Hoje é o nosso dia. É, mas há uns 20 séculos, estava profetizado (coisas de Nostradamus), que o melhor zagueiro do Brasil, Thiago Silva, não deixaria que a torcida do Vasco mal acabasse de comemorar e empataria o jogo.

E agora, o que mais poderia estar escrito? Que o jogo iria para pênaltis? Mas alguns filósofos do futebol sempre dizem: "pênalti é loteria". Mas como o futebol não é uma ciência exata, foi isso que aconteceu. Quem poderia escrever algo a mais nesse jogo? Os goleiros Tiago e Fernando Henrique? Morais e Thiago Neves? E assim iniciaram-se as cobra
nças: Morais, Tiago, Souza e Wagner Diniz marcaram para o Vasco. Conca, Thiago Neves, Washington "Coração valente" e Cícero marcaram para o Flu. 4 x 4 e agora? Mas como eu havia falado, estava escrito há 2.000 anos, lembram-se? E foi por isso que o jovem Pablo (foto), o mesmo que perdeu um pênalti contra o prórprio Flu na semifinal da Taça Guanabara desse ano, chutou a última cobrança na trave, assim como foi no jogo dos juniores. Isso meus caros, já estava escrito há mais de 2.000 anos, assim como em 2005 o Vasco perdeu disputa de pênaltis para o time tantas vezes campeão, e em 2007 perdeu para o Flamengo e Botafogo. Assim Gabriel, que não é o anjo, tratou de escrever o nome do Fluminense na final da Taça Rio 2008.

Eu não nasci há 10 mil anos atrás, mas eu tenho uma certeza: Estav
a escrito há muito, muito, mas muito tempo mesmo, que se houvessem mais 2.000 minutos de jogo, ou duas mil cobranças de pênaltis, o Vasco passaria mais 2.000 anos tentando vencer o Fluminense. E não conseguiria.

Fotos: Jorge William/Ag. O Globo e André Durão /Globo Esporte.com



11.4.08

Sangue Negro

Queda do América deixa o futebol carioca de luto

Por Carlos Brigg e Marcus Lacerda*

Campeões de 13, 16 e 22. Temos muitas glórias e surgirão outras depois”. Esse é um trecho do hino do América. As glórias do rubro são indiscutíveis, grandes craques, histórias, jogos e torcedores. Considerado por muitos o seu segundo time, mas o futuro do mequinha está em cheque. O clube não conseguiu fugir da degola e está fadado a jogar a segunda divisão do campeonato carioca no ano que vem. Luta, esperança, tristeza e luto marcaram esse trajeto. A apaixonada torcida freqüentou os estádios sempre apoiando e empurrando o time na expectiva de enfim, sair dessa. O tempo passou e o final foi triste. O campeão dos campeões não é mais o mesmo, o mequinha caiu.

O futebol carioca ficou triste, os torcedores dos times grandes prestaram solidariedade ao América. O estudante e flamenguista Leonardo Brito não gostou nada da queda do mequinha, time que, por sinal, faz parte de sua família. “Esse situação do América é muito triste. Ver um ex-time grande, que já foi o segundo time de muitos torcedores, é o time do meu pai e do meu tio avô, é triste. Isso é muito ruim pro futebol.”, lamenta.

O pai de Leonardo, Edílson Gonçalves, americano, está desolado e já pensa até em mudar de time.“É muito triste né?! Eu já estou até mudando de idéia, pensando em virar flamenguista porque não tem mais como torcer pra esse time. O América vai ser o meu segundo clube.”, brinca o torcedor.

O torcedor fanático Luiz Roberto Vieira, que já foi mascote oficial número sete (mascote são as crianças que entram em campo juntos com os jogadores), acredita que a queda seja benéfica para o clube. “Às vezes é até bom cair. Só assim tomam vergonha na cara e reestruturam o América colocando-o para a frente, como aconteceu com o Botafogo e Palmeiras que foram rebaixado no Brasileirão e deram a volta por cima”, afirma Luiz.

No entanto, cair para depois se reerguer não é uma unanimidade entre os torcedores. Para o advogado, Odir Araújo, também americano o fato do mequinha cair não é uma coisa positiva. “Eu acho que isso é desculpa. A diretoria tem é que se empenhar mais, investir mais. Isso sim é benéfico, só assim a credibilidade é retomada. Esse lança de que cair faz bem é simplesmente paliativo”.

A grande preocupação dos torcedores e dos amantes do futebol é que não aconteça a mesma coisa que aconteceu com Bangu, Olaria, Bonsucesso e São Cristóvão, clubes tradicionais que quando caíram não estão demonstrando forças para recuperar. O fato é preocupa, mas o já diria o dicionário, torcedor é “aquele que torce os fatos” e a torcida do Sangue não acredita nesse tipo de queda. Para o Odir Araújo nada é mais forte do que a expressão e a vontade que o América tem. “Eu acredito que o América tem tradição forte e tem pessoas dentro do clube que sempre tiveram grande expressão a nível do próprio futebol, então eu acho que o América vai conseguir dá a volta por cima e retornar aos status que ele sempre teve no futebol carioca e no futebol nacional”, afirma o torcedor.

Quando o assunto amor ao América, mesmo depois do rebaixamento, é tratado não tem discursão para o ex-mascote Luiz Roberto. “Nunca vou abandonar o time. É a minha paixão”. Paixão essa que também impulsiona o amor do advogado Odir Araújo a não chutar balde e continuar amando o rubro. “Vou continuar sendo América mesmo na segunda divisão. Ele continua representando no meu coração a mesma coisa que ele representou. Sou apaixonado pelo América, acho que todo americano é apaixonado”.

Texto do Jornal Mural Estaciente

2.4.08

Salve o Mestre!

Uma pequena homenagem do Furando a rede para o Mestre Armando Nogueira, que teve o seu poema eternizado no maior do mundo!

Maracanã

Revejo, com saudade, as bandeiras das tuas batalhas repartidas sobre o campo

Revejo, com saudade, a tua multidão que torce e distorce a verdade até morrer, doa a quem doer

Revejo, com saudade, as esperanças que se perdiam pela linha de fundo no entardecer de cada jogo

Quantas vezes foste a minha pátria amada, idolatrada, salve, salve a seleção!

Quantas vezes a minha alma escapava de mim, e sem que o árbitro notasse, aparecia na pequena área, providencial, para fazer o gol da vitória

Perdi a conta de quantos dos gols que fiz com pés que nunca foram meus

Saudades de certa lágrima de vitória que, um dia, vi brilhar no rosto quase meu de uma criança

Maracanã

És a fantasia da paixão que aproxima e divide: louvor e blasfêmia, alegria e desdita

És o gol de Gigghia, celebrado com um minuto de silêncio à soberba nacional

És o ignorado herói de uma tarde cujo gol restou sem data como se nunca houvera sido feito

És gol de placa que ninguém sabe ao certo como nasceu mas que o tempo vem tratando de faze-lô cada dia mais bonito

Gol de fábula

És o craque que passa sem pressa, tecendo a promessa de gol com a bola nos pés e os olhos na linha do horizonte

És Gerson e Jair da Rosa Pinto, que tinham no pé esquerdo o rigor da fita métrica

És Nilton Santos, futebol de fino trato na majestade e no saber

És zizinho, que conhecia, como ninguém , todos os atalhos da tua geometria

És Zico, que driblava triscando a grama suave como uma pluma

És a "folha-seca" de Didi, fidalgo de rara nobreza que tratava a bola como se trata uma flor

És Ademir Menezes correndo, olímpico, pelos indizíveis caminhos do gol

És Carlos Castilho, santo goleiro que fazia milagres pelos confins da pequena área

És Pelé, cujos gols eram tramados na véspera (ele trazia de casa as traves e a bola do jogo)

És Garrincha, que dobrava as esquinas da área driblando Deus-e-o-Mundo com a bola jovial da nossa infância

Quanta saudade daquele drible pela direita que alegrava as minhas tardes de domingo

És, enfim, a vitória e a derrota, caprichosa imitaçao da minha vida

E porque és parte da minha memória, seguirei cantando, comigo, a melodia de teu doce nome: Maracanã, Maracanã

Armando Nogueira

Passe a bola

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